Já analisamos aqui o Versos Íntimos e hoje iremos ver um pouco do determinismo presente no Psicologia de um vencido (um dos sonetos mais popular do autor e um dos mais declamados em saraus).
Em versos decassílabos o eu lírico narra desde o início que é filho da matéria (Carbono e o amoníaco) e, também no segundo verso, conta que é monstro de escuridão e de luz (rutilância) o que é considerado um paradoxo por conta que 'não há como' ser escuro e cintilante.
A segunda estrofe do poema mostra palavras fortes como o autor dizendo que é de forma grandiosa um hipocondríaco (aquela pessoa que com uma simples doença ou um simples tédio acha que é algo imenso e que fica desesperada). Também deixa seu protesto a humanidade no segundo verso: "Este ambiente me causa repugnância..."
Essa é uma das estrofes mais marcantes da poesia de Augusto dos Anjos e é neste terceto do soneto que o eu lírico vem falar dos vermes. Sendo desta forma, aqui entra um pouco do Naturalismo — onde o homem é produto do meio e não tem como fugir da morte. Aqui o verme é servidor das desgraças, ou melhor: operário das ruínas.
"Eu, filho do carbono e do amoníaco,Monstro de escuridão e rutilância,Sofro, desde a epigênese da infância,A influência má dos signos do zodíaco."
Em versos decassílabos o eu lírico narra desde o início que é filho da matéria (Carbono e o amoníaco) e, também no segundo verso, conta que é monstro de escuridão e de luz (rutilância) o que é considerado um paradoxo por conta que 'não há como' ser escuro e cintilante.
Produndissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsiaQue se escapa da boca de um cardíaco.
A segunda estrofe do poema mostra palavras fortes como o autor dizendo que é de forma grandiosa um hipocondríaco (aquela pessoa que com uma simples doença ou um simples tédio acha que é algo imenso e que fica desesperada). Também deixa seu protesto a humanidade no segundo verso: "Este ambiente me causa repugnância..."
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinasCome, e à vida em geral declara guerra,
Essa é uma das estrofes mais marcantes da poesia de Augusto dos Anjos e é neste terceto do soneto que o eu lírico vem falar dos vermes. Sendo desta forma, aqui entra um pouco do Naturalismo — onde o homem é produto do meio e não tem como fugir da morte. Aqui o verme é servidor das desgraças, ou melhor: operário das ruínas.
O interessante é que, o verme sendo operário das ruínas, uma hora ou outra (mirando os seus olhos) vai vir te devorar! "E há-de deixar-me apenas os cabelos,/ Na frialdade inorgânica da terra!"Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,Na frialdade inorgânica da terra!
E foi com este soneto que Augusto dos Anjos marcou sua época e quebrou com muitas regras literárias do Parnasianismo. Vale lembrar que o autor também antecipou o modernismo e seus versos são sempre contemporâneos.
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