REIS SEM VENTRE, LEITOS DE REVÓLVERES: A DANÇA DESVAIRADA
Às vezes, o humor nasce da pérola azul
Azul, a cor do distante, a cor das lágrimas, vermelhas
Vermelhas? Sim, lacrimejam as fendas
Lacrimeja o coração
Em uma dança entre cavalos-marinhos e confrarias
O mesmo, sempre o mesmo
No sincronismo de faces e telas,
O que propalam são os pênis
Com o miasma de excretas e mocassins
O que há não existe mais, não existe,
Como afirma, quando se cura o louco de sua própria e inventada cura
De sua própria e retroativa fala, que se fala sobre a fala,
Que ainda está sendo dita sobre a fala que acabou de ser dita
Não há homens sem ventre, não há nem vida, nem fábrica
Não há grito sem gemido, nem gemido sem êxtase
Nem êxtase sem dor, que dor que sente que parece êxtase?
É a dor que simplesmente dói
Não há apenas peito, há respeito
É mais ou menos isso, nem mais, nem menos, apenas centro
E que Centrão, quão democrata é a vida
Quanta desgraça na ferida
Quantos olhos nas batidas
Quantos brancos ofendendo, esmorecendo
Quanto negros repetindo, reiterando e se purgando
Redenção, pelos deus de suas virtudes
Pelo não deus, pela virtude do nada
Nada que faça se ajustar o nada ao seu todo
Não morram pela vida, pois a morte não é vida
A cautela você deve esbanjar em todos
Deve ter cuidado com todos
Pois todos querem lhe suicidar.
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