Eu traí a mim mesmo, hoje eu sei
Que ninguém nesse mundo
É feliz tendo amado uma vez - Raul Seixas
Na janela do carro,
Vejo como Tim Maia ela partindo,
Aves morrem como árvores,
Pedras são jogadas na raiva do íntimo,
Vidros tornam-se abraço para o niilismo,
E todo mundo morre por ter vivido um amor.
Na janela do carro escarro sonhos,
Delírios, depressão, miséria...
Não lembro mais quais eram seus sonhos,
Não recordo o que tu querias cursar...
Também não sei o que quero no Brasil,
Enquanto a vida me mostra um curso torto.
Se o carro virasse hoje
Tuas lágrimas iriam ao velório?
Por onde andas que não vejo mais seu rastro?
Será mesmo que partiste?
Será que o sudeste te abraçou?
Ou ficaste escondida de mim?
E o vinho, e a cerveja,
E o fim de tarde queimando nossos princípios,
Bairro agitado mais que nossa timidez,
Corpo magro com corpo magro
A canção sem melodia no caldo de cana
No riso drogado de pobreza e riqueza.
- Danilo Soares
Nossa que poema incrível Danilo... Vi a cena na minha cabeça !
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