De mim arrancas tu belos vocábulos,
Arte pela arte, verde pelo verde,
O desejo das linhas, dos vínculos,
Da quimera que em lugar algum perde.
E de ti arranco para mim os céus
Da dança, do lume e do dia de música.
E nada se perde em tu'alma de deus
- Esta qu'eles veem como cousa única.
És tu, ó livre ave das latitudes,
O ser que almeja os aneis de saturno,
E eu sou quem os anéis vai lá buscar.
Pois por teu riso, por tuas virtudes,
Até mesmo o divino em qualquer turno
Arranja tempo pra te presentear.
Danilo Soares
Nenhum comentário